CUIDADORES INFORMAIS - TAREFAS TRADICIONAIS E NOVAS OCUPAÇÕES

As estatísticas do IBGE informam que o número de idosos dobrou nos últimos 25 anos e a estimativa é que em 2025 seremos a sexta população idosa do planeta. As pessoas com mais de 65 anos representarão 14% da população brasileira. Essa realidade reflete o aumento da expectativa de vida, fruto das melhores condições de vida, do desenvolvimento social e dos benefícios da evolução médica.

Todavia, por mais que as pessoas estejam vivendo mais, continuam ocorrendo eventuais dificuldades e necessidades especiais referentes ao processo de envelhecer.

Tradicionalmente, o cuidado dos idosos era – e ainda é em muitos casos – realizado nas famílias. No entanto, as mudanças sociais exigem a participação da mulher e dos demais membros produtivos da família no mercado de trabalho, ao passo que ocorre uma diminuição do número de filhos por família. Estes fatores geram uma indisponibilidade de parentes para cuidar dos idosos dependentes. Assim, as famílias começam a buscar pessoas leigas (cuidadores informais) que se disponham executar essa tarefa. Normalmente, alguém na família assume a maior parte do cuidado com a ajuda do cuidador. Como podemos nos adaptar a essa "nova" realidade social? Como nos adaptarmos às diferentes demandas dos nossos entes queridos?

A mulher normalmente assume essa função em razão de seu papel natural de gerar, criar, nutrir e cuidar. E assim, é comum a mulher conservar a sua função no cuidado do idoso. Porém, dificilmente assume que é uma cuidadora, pois acha que cuidar de alguém que se ama não é uma tarefa, mas algo natural. Ser um cuidador, entretanto, requer aprendizado e adaptação.

Cuidador de idosos é uma profissão reconhecida e inserida na Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil, com o Código 5162-10 (Cuidador de pessoas idosas e dependentes e Cuidador de idosos institucionalizados). Esta capacitação também é exigida dos profissionais que trabalham em instituições que cuidam de idosos.

O cuidador é peça fundamental na difícil tarefa de proporcionar um envelhecimento mais saudável e com menor sensação de desamparo. E apenas o trabalho, o ato de zelar, não faz um cuidador. É necessária a união do trabalho com a disponibilidade, a capacidade de ouvir o outro, sem tirar dele a autonomia e a independência.

Anelise Caldonazzo Pinheiro
 

Desenvolvido por Sky Brasil