ARTIGOS
As preocupações dos pais dos adolescentes, cada vez mais, transferem-se para a preocupação com as drogas. É fato que, desde tempos imemoriais, o ser humano consome drogas de abuso, que podem causar vício. O vinho já existia nos tempos bíblicos e o uso de Ayahuasca e coca pelos indígenas andinos também é muito antigo. Entretanto, devido a vários fatores sociais, o uso de substâncias entorpecentes nos tempos modernos, tem sido feito por pessoas mais jovens (portanto imaturas). É muito mais intenso, deixou de ser ritualizado e têm sido utilizadas substâncias muito mais viciantes. Através do estudo dos fatores que tornam as pessoas usuárias, temos como planejar estratégias preventivas. Abaixo, citamos alguns fatores de alerta e prevenção: -O acesso familiar ou social a “drogas mais leves”, como o álcool e o cigarro, favorece o uso de outros entorpecentes. -A presença ativa do pai, como figura masculina, ajuda o adolescente a canalizar a sua agressividade, dá limites e impõe respeito. Isso diminui em até 3 vezes o risco de adicção a substâncias ilícitas. - Quanto aos amigos e vizinhos, sabe-se que a “galera”, com as regras impostas aos seus membros, influencia mais o comportamento dos adolescentes do que influenciam seus pais. Assim, numa “turma” em que convivem usuários ou o comportamento é tolerante às drogas e à delinquência, o risco de uso regular aumenta em até 4 vezes. -A curiosidade, principalmente nos mais jovens, é característica do ser humano. Assim, o acesso fácil a substâncias ilícitas e altamente viciantes, como a cocaína, o cigarro e a maconha, pode fazer um “experimentador curioso” tornar-se um “viciado”. Poderíamos estender a discussão de outros fatores, mas gostaria de derrubar alguns mitos: 1. Maconha é droga viciante, perigosa, não apenas porque pode ser a porta de entrada da cocaína. Ela aumenta, mesmo no uso esporádico, a chance de alguém tornar-se esquizofrênico em até 10 vezes! E o argumento de que é “natural” simplesmente não cola. Veneno de cascavel também é natural... 2. O uso de álcool, que para muitos adultos é completamente social e controlável, não é assim para adolescentes, imaturos e impulsivos. O uso abusivo e o risco de acidentes automobilísticos entre eles são muito maiores que os do adulto, que já são altos! O álcool também pode funcionar como “porta de entrada” para outras substâncias. O vício não é problema de caráter, é doença. A sua solução passa pelo tratamento, que deve ser individualizado, e pode envolver diversas modalidades de terapia psicológica e, eventualmente, internações e medicações. Grupos como os narcóticos anônimos, com certeza, ajudam bastante os usuários e suas famílias. Dr Jairo Pedro Cardoso Júnior |
Cena 1: Manhã ensolarada. Homem seminu avista o antílope pastando distraidamente e dá sinais de sua presença aos outros homens que já estão devidamente preparados, empunhando cada um sua lança pontiaguda. Todos salivam, respiram apressadamente e aguardam apenas o sinal de ataque do líder. A corrida é intensa, longa e exaustiva. Cena 2 : Todos saboreiam a carne tostada em torno da grande fogueira. Celebram a saciedade depois da grande caçada. Uma enorme carcaça fumegante atravessará aquela noite e mais ninguém se incomodará, por alguns dias, com os chamados da fome. Cena 3 : Domingo após o almoço, alto verão, celular desligado. Homem seminu ajeita a calça do pijama, abre a geladeira e apanha a latinha no congelador. Ao passar diante do espelho se vê refletido, tenta encolher a barriga sem sucesso, dá-lhe dois tapinhas e logo dela se esquece na cuidadosa função de picar o salaminho. Liga o controle remoto da TV, desliga a si próprio e dorme o resto da tarde no sofá. Cena 4 : Todos salivam em fila, impacientes e hipnotizados, aguardando sua vez de escolher. Domingo já é noite. Homem faminto, agora vestido e de pé, observa o grande painel de fotos de sanduíches à sua frente. Todos fazem suas escolhas, muito sérios e criteriosos, não sem antes reservarem um sorvete, à guisa de sobremesa. Repasto terminado, entram todos em seus automóveis e voltam para casa, repletos de calorias. Desde tempos imemoriais fomos formatados geneticamente para acumular reservas calóricas; afinal, nunca poderíamos saber quando estariam disponíveis os vegetais que colhíamos ou os animais que caçávamos. Nossa intensa atividade corporal, desde o raiar do dia, servia apenas à nossa sobrevivência. Entretanto, mesmo com o passar dos séculos e nossa progressiva instrumentalização, nosso organismo em nada se modificou. Ele havia aprendido a armazenar, armazenar e gastar depois. Resultado? Passamos a nos tornar cada vez mais sedentários, gastando menos energia, acumulando gorduras e problemas. Tempos modernos, a mesma tecnologia que nos permite alcançar a pizza mais próxima sem sair do lugar, subir oitenta degraus sem dar um único passo, estranhamente nos oferecerá potentes remédios que desobstruirão nossas coronárias ou, se necessitarmos, cortes precisos que devolverão às nossas coronárias algum fluxo de sangue. Contudo, vasto mundo que dá voltas e volta: a Organização Mundial de Saúde recentemente propõe que as mudanças nos hábitos de vida são, de longe, as medidas de prevenção primária mais eficazes na redução da mortalidade geral e, em especial, das mortes causadas pelas doenças cardiovasculares. E, dentre estas medidas, está o exercício físico regular. Muito bem, doutor. Estou convencido, mas como eu devo me exercitar? Bem, para que o exercício seja eficaz, podemos utilizar as recomendações da Associação Americana de Medicina Esportiva, que basicamente preconizam: 1. Exercícios do tipo aeróbico (caminhada, natação, hidroginástica, bicicleta, trote) de preferência precedidos por avaliação médica (para os que têm mais de 40 anos ou alguma doença cardiorrespiratória); 2. Frequência mínima de três dias na semana, se possível intercalados; 3. Um gasto mínimo de 300 calorias por sessão de exercício. Uma caminhada em que se percorra 6 km em 1 hora atinge este objetivo; O ideal é que adultos sedentários sejam orientados individualmente, reavaliados em períodos regulares e que tenham seus programas de exercícios sempre modificados. Certamente haverá ganho crescente de performance, motivação para a vida esportiva, recuperação da auto estima e eliminação consistente dos fatores de risco modificáveis. Alexandre Avellar Alves Especialista em Geriatria e Medicina Interna |
Quando pensamos em vacinas, logo nos vem à cabeça a ideia de uma criança recém nascida ou na primeira infância, desprotegida e sujeita a diversas doenças transmissíveis. Faz sentido, já que as crianças de baixa idade, na primeira infância, ainda têm seu sistema de defesa – o sistema imunológico – incapaz de reagir aos agentes infecciosos mais comuns.
Entretanto, na vida adulta, mesmo estando mais capacitados a reagir a algumas doenças infecto-contagiosas, algumas delas devem merecer nossa atenção por serem muito comuns e por vezes graves. A boa notícia é que há meios de prevenção através das vacinas dirigidas a adultos jovens e adultos. Para melhor compreensão, vale a pena descrever cada uma delas:
1. Vacina contra o tétano – ela deve ser repetida a cada dez anos, indefinidamente, desde a infância, uma vez que estaremos expostos a essa grave doença todas as vezes que sofrermos ferimentos que provoquem ruptura da pele. E isso vai desde uma pequena perfuração a uma laceração mais extensa, pois o esporo do tétano penetra em nosso organismo a partir de ambientes e objetos de nosso cotidiano; quem nunca se vacinou ou não tem certeza de ter recebido a vacina deverá fazer uma vacinação básica de três doses.
2. Vacina contra a hepatite B – a rigor, todos deveriam receber a vacinação contra este tipo de hepatite que, em alguns casos, evolui para hepatite crônica e daí até mesmo para a cirrose e o câncer de fígado. A transmissão da hepatite B se dá por transfusão de sangue e, muito mais comumente, por via sexual; assim, a população-alvo para receber a vacina é aquela dos 12 aos 19 anos de idade, ou seja, iniciantes da vida sexual. É lógico que qualquer adulto pode também se imunizar, porém alguns grupos estão sob maior risco de adquirir a hepatite B, como profissionais da saúde, lixeiros, usuários de drogas intravenosas e profissionais do sexo, por exemplo. A vacinação é definitiva, não necessita de reforço. Sua eficácia é superior a 95%.
3. Vacina contra a gripe – essa vacina reduz o risco de morte em 50% e em 30% o índice de hospitalização entre idosos vítimas da influenza ou gripe. Pode ser utilizada também por adultos mais jovens e deve ser tomada sempre nos primeiros quatro meses do ano, uma vez que no inverno as pessoas permanecem mais tempo em ambientes fechados e o risco de contágio aumenta. Como o vírus é mutante, todo ano a vacina é renovada e deve ser reaplicada. A vacina não provoca gripe, como muitas pessoas acreditam; ela não contém vírus vivos. O que pode acontecer é a coincidência de um resfriado, outro tipo de vírus que estava em incubação, logo após a vacinação.
4. Vacina contra pneumonia – esta vacina é dirigida contra um tipo de bactéria chamada pneumococo, a mais comum entre as bactérias causadoras de pneumonia na comunidade. Ela protege contra 23 dos mais comuns tipos de pneumococo e, mesmo que a pneumonia ocorra, sua gravidade poderá ser menor. Deve ser administrada a partir dos 60 anos e repetida 5 anos depois.
5. Vacina contra a rubéola – aplicada em dose única, é dirigida especialmente às mulheres em idade fértil (a partir da adolescência), pois a rubéola é muito grave para fetos durante a gravidez, pelo risco de malformações.
6. Vacina contra a febre amarela – deve ser tomada por adultos e idosos a cada 10 anos, como a anti-tetânica, e é imprescindível para viajantes em regiões endêmicas da doença como o Centro-Oeste e a região Amazônica. É regulada por normas internacionais e pode ser exigida antes do embarque para determinados países. É bom lembrar que a proteção só se inicia 10 dias após a aplicação.
7. Vacina contra herpes zoster – apesar do custo elevado, é recomendada para adultos imunocompetentes a partir dos 50 anos de idade, em dose única. Estudos com a vacina mostram redução superior a 50% dos casos de zoster e de 67% para a neuralgia pós-herpética, condição dolorosa incapacitante e prolongada.
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